quarta-feira, 4 de março de 2009

Entre um cigarro e outros pensamentos.

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E se eu pudesse mudar nossa história como num passe de mágica? Estranho, mas ao ascender meu último cigarro antes de dormir, pensei nela, como quase todas as noites, e me perguntei exatamente isso, como se ela estivesse na minha frente. Concentrei-me bastante em tal pergunta que perdeu seu sentido meio minuto depois, pois não sabia se era exatamente essa interrogação, existem várias outras, eu sei, mas de repente me vi não podendo mudar, não querendo mudar ou num pensamento tremendamente individualista não querendo assumir o que realmente me pergunto todos os dias, sem pensar no outro lado, desde a última vez em que a vi. Um tipo de fé destruída, talvez.
Que vontade de derramar uma lágrima em cima do fogo daquele meio cigarro, fingir afogar aqui dentro o que queima por ela e, me desnutrir e mesmo assim parar de sentir sede dos abraços que não encontro, quando se sente algo assim tão de repente por alguém, não é fácil encontrar, o resto são braços-abraçados, apenas.
Sentir-se assim é natural quando se encontra e quer se perder, mesmo com medo, às vezes acontece tudo muito rápido outras vezes lentamente, meus olhos precisaram de não mais que duas horas para se encantarem com os dela e meu coração querer o aconchego de qualquer gesto ou palavra sua.
Na última tragada entre pensamentos e vontades confusas, tive tanta vontade de correr para vê-la, eu não precisava de mais nada que não fosse olhar em sua face, como a que sinto agora enquanto escrevo, no entanto ocorre aquela nítida sensação de termos interrompido o processo antes do fim, por descobrir talvez tarde ou não, quando tudo começou. E interrompemos. O que me sobraram foram apenas um cigarro entre os dedos e um amplo vazio que eu tenho me perdido tentando preencher. A gente se pergunta por que raios algumas chegadas acarretam logo partidas dolorosas. Parei de questionar.
Esmaguei o cigarro, expelindo a última tragada como quem quer dizer baixinho, embora não suavemente: Eu sei que te amo.

12 comentários:

Anônimo disse...

um final q arrepiaa !

:)
parabens..
beijo

Pedro Oliveira disse...

"A gente se pergunta por que raios algumas chegadas acarretam logo partidas dolorosas. Parei de questionar."

O melhor é realmente parar de questionar mesmo...

         נuℓiαnα           disse...

Nossa! =O
lindo xuh...Parabéns!
me identifiquei em meias frases...rs

BeijãOo! =*

Anônimo disse...

"O que me sobraram foram apenas um cigarro entre os dedos e um amplo vazio que eu tenho me perdido tentando preencher. A gente se pergunta por que raios algumas chegadas acarretam logo partidas dolorosas. Parei de questionar.
Esmaguei o cigarro, expelindo a última tragada como quem quer dizer baixinho, embora não suavemente: Eu sei que te amo."


Sensacional.

Chenilla disse...

adorei o texto, lembra os meus de antigamente.
arrasou!
beijos

Unknown disse...

um final que arrepia [2]
lindo [2]
sensacional [2]


adoro ler seus textos *-*

Anônimo disse...

Como sempre vc arrazando....amei sobrinha...bjoks
Amo vc!

Unknown disse...

A gente se pergunta por que raios algumas chegadas acarretam logo partidas dolorosas. Parei de questionar.

É.....me identifiquei cm isso.
Sim, talvez o melhor a fazer é nao questionar.
AAhh apesar de: se deve viver, sorrir, brincar, abraçar, chorar, amar.

Flôr do meu jardim, (L)³

Juliana C. disse...

Boas descrições num texto são aquelas que nos fazem imaginar a cena tal como ela é. E com isso o sentimento que o texto passa. Ou seja, gostei. :)
Tá adicionada ali nos "favoritos".

Véia Arte Arterial disse...

suave,sim.
(L)

não precisa ser vermelhinho, pra ser lindo do teu lado.

Te cuida, linda.

Unknown disse...

Ótimo, parece meio machadiano. roamantico. Muito bom!

Unknown disse...

1°Muito'h bom ,um final exelente,usa as palavras muito bem;é como se nós tivéssemos vivendo a história,mesmo que nunca tenhamos passado por essa situação,mas acaba nos trasmitindo a verdade~*
2°Viu meu colega adorou se Blog nháá'H^^Monique'H