quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Onde o pensamento transbordou pequeno em nós..

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Distantes estão nossos caminhos, quem vê nem acredita, pois, outrora vivíamos nos invadindo.
Não há o que fazer, se esse amor não foi permitido desabrochar, você não quis, eu não insisti, minha carne enlouquecida te disse adeus com vontade de dizer até amanhã, mas o amanhã não chegou pra nós, sequer houve um presente palpável. Nem me restam lágrimas nos olhos o passado tomou-as de mim, surgiu o amor, surgiu o desamor assim meus olhos muitas lágrimas derramou, e depois em você novamente o amor em mim, e terminou antes de começar, não sofri, não chorei... Só lamento vezenquando.
Tu nasceste na primavera, combinas mesmo com tua beleza, mas te conheci no inverno, onde nos esquentávamos em outros corpos sem antes descobrir os nossos, nunca tocados como amantes, mas sentidos como errantes e desvairados, eu e você, enlouquecidas por uma paixão escondida e por fim esquecida sem antes realmente vivida. E muito andei antes desse inverno, foram muitas estações até chegar a você todas elas nos conduziram àquele momento, não foi por acaso, não nos olhamos por coincidência, não nos abraçamos à toa, não me desprezas sem uma verdadeira razão, como não deixarei de te amar, assim, por não ouvir de você um sim, como escuto nos silêncios das insônias o teu não. Podes estar longe nos espaços, nas ruas, em quase todos os lugares, mas está sempre tão perto na cabeça e no coração, e é nesse coração que sempre vai ficar um espaço para ti, que um dia a de perceber o quanto não foi mera loucura a gente se conhecer.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

C.

Que grande pessoa você se tornou aqui dentro. Meu pensamento de cada dia, você é minha musica preferida, transformou-se no sonho que desejo realizar. Não daria para descrever tudo isso de tão belo que tomou conta de mim, essas verdades bonitas digo apenas com o olhar, com um abraço, entre nossos silêncios constantes que podes compreender o quanto eu gosto de você. Quando te conheci, sei bem que não foi o momento exato, distraidamente você veio me tomando os espaços e sem querer me apaixonei e você sem saber só me fez te querer. Perdão! Pode ser banal eu insistir, mas sou louca por você, pela sua voz, pelo seu sorriso, por seus olhares distantes, por seu cabelo, por seu cheiro, tenho muita fome de sua presença. Mas seu sorriso realmente me encanta, não há coisa mais linda do que esses lábios sorrindo.
Não sente nada sabendo que você foi a pessoa que fez nascer esse imenso sentimento? A ponto de quase me engolir inteira. Quando passei a pensar assim em você, esses pensamentos loucos, esses planos e frases chatas, não queria acreditar que fosse realmente, e quando percebi o quanto de verdade existia nessas loucuras juro que não queria que você soubesse, fiz de tudo para não demonstrar, mas pensar que sentimentos tão sinceros estavam sendo jogados fora, sem ao menos uma tentativa era pesado demais para mim.
Eu sei você não me vê desse tanto de formas, embora seja triste... Não há dor. Pode ser que você nunca me olhe diferente, mas nunca exigirei nada a não ser sua presença uma hora ou outra, porquê se um dia existir uma ausência constante, isso sim vai doer. Vai tua vida, minha flor, mas não se perca totalmente de mim, de qualquer forma estarei sempre contigo. Pode ser que não exista um amanhã só nosso e por isso posso até chorar, mas eu choraria muito mais se essas coisas nunca tivessem sido ditas ou escritas à você, porque essas palavras podem não chegar ao seu coração, mas sei que em algum momento chegarão aos seus olhos.
Tenho me comovido e sentido saudade de tudo que nunca aconteceu, pensamentos em você o tempo inteiro. E nessas madrugadas de sonos perdidos, já era normal pensar em você, mas essa de setembro tive mais é uma louca vontade de fumar, talvez por estar transbordando de tanto pensamento repetitivo. O sono, porém, já estava mais forte que qualquer outra vontade, foi então entre essa vontade e a sonolência, entre o cigarro e você, pensei que ter você é meio que fumar um; trago-te até onde posso solto à fumaça no vazio do espaço, mas sempre fica uma parte dele dentro de mim, a diferença é que você fica no coração. Aliás, outra diferença que me irrita bastante, é que o cigarro eu posso ter nas mãos quando eu quiser. Mas tudo bem, não sei se deveria dizer, mas, eu te amo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Carta V

Tive uma louca vontade de sentar na sua rua e te esperar passar, e sentei, e chorei e pensei várias coisas de nós, foi então que percebi que não existíamos tão sensíveis assim como em minha fantasia, existia eu, meu amor por você, sua rua e um vazio imenso, tão doloroso que já não nos sentíamos. Nossos olhares antes tão decididos andam fugitivos não se invadem mais e delicadamente tu me devoras e renega tudo que há dentro de mim, fugindo, se esquivando, como se houvesse a possibilidade de eu me perder de você, e nos espaços em que te espero e tu chegas e que vamos embora sem dizer nada, só me resta um nó aqui do lado esquerdo do peito.
Extremamente difícil quando o que era tão frágil e simples se torna um de seus desejos mais complexos. Estamos distantes e sozinhos, nossa ousadia está desaparecendo como pó em meio ao vento, nossas palavras e olhares tem inspirado nostalgia a quem quer que passe, em nós. Às vezes tenho uma vontade de poder voltar atrás, não pra mudar qualquer movimento ou fala dessas lembranças, mas sentir a doçura de cada um desses momentos outra vez. Quem poderia pensar que nos perderíamos assim, tão distraidamente, tão sem querer, sentimos falta de nós, mas voltar para tudo aquilo quase impossível. Tornamos-nos pessoas diferentes, somos outra pessoa dentro da carcaça ainda um pouco viva daquele antigamente, mutáveis, mas com imensa vontade de estar no momento exato como estávamos antes. Você é tudo o que eu sempre quis ver em alguém. É... O que eu quero ver talvez não seja o que realmente é, mas tive muitas impressões que era tudo que fazia sentir bem e você foi crescendo aqui dentro de uma forma que se eu tentasse me aprofundar nisso pra te explicar, não sairia nem a metade do que realmente sinto, pois, a cada segundo cresce ainda mais e um segundo perdido em seu olhar você continuaria crescendo e eu me perderia ainda mais nisso de ser ou não ser.
Temos dito tantas coisas e ao mesmo tempo nada, um papo sem nenhuma emoção, desacreditado de tudo que já veio e nessas ausências vem crescendo uma necessidade de ti, um presente descontente, uma urgência tão grande de te resgatar que quando me deparo com o fracasso, tudo se torna mais difícil e ninguém além de você pode ver ou sentir. Temos nos repetido bastante, e com isso minhas cartas tem ido pelo mesmo caminho, sempre o mesmo peso, a mesma angústia, a mesma ânsia de você, os mesmo desgostos e sempre aquela falta.
É, tem sido mesmo uma loucura, essa coisa de quase-amizade, quase-amor, quase-medo, quase - tudo, e se olharmos direito, nossa história virou quase-nada. Ninguém nos percebe ninguém ousa, ninguém desconfia de nossos medos, eles nos olham carne e osso, mas não enxergam como nos enxergávamos, assim, almas cansadas dispostas a começar tudo outra vez, e esse talvez seja o ponto, recomeçar, afinal desesperar não vai nos fazer voltar ao que éramos e se voltasse a tudo aquilo, não nos seriamos, mudei, mudamos e podemos mudar de novo até que tudo se encaixe e nosso amor se ache. Vou confessar-lhe, dei um suspiro de alivio agora, ganhei uma nova esperança em sermos tudo outra vez, tive até vontade de te ligar, mas você deve estar em um sono bem pesado e eu aqui, pensando em nós, em toda nossa história que só tenho em pensamento, nunca te contei, até penso, por isso lhe escrevo tantas cartas, essas que nunca mando, mas um dia chegam aos seus olhos, como tu chegas sem saber ao meu coração.
O que tem acontecido dentro de nós? Agora já não é mais amargo, sinto saudades todos os dias queria poder te ver sempre, te afagar, ouvir seus medos compartilhar tudo que te pesa, compartilhar tudo que te dá alegria, mas quase não temos tempo, tudo é muito raro pra nós. Perdoe os meus delírios, não se assuste, pois, o que sinto é tão bonito que dá até um nó na garganta quando falo o seu nome e ninguém me escuta esse nome que sempre me sai da boca descontroladamente, não preciso nem que me entendam, basta um ouvido e um pouco de atenção para me deixar falar sobre você, sua voz, seu jeito, dizem até que estou apaixonada, mal sabem eles, não? E nesse exato momento, passou-me pela cabeça seu sorriso mais gostoso, aquele que eu não tenho visto, que você não tem mostrado a ninguém, e ele é tão lindo, deveria mostrar sempre, mesmo quando triste, ele pode pelo menos alegrar outros corações, como faz com o meu.
Só queria te dizer mais algumas coisinhas, que já deve de ta cansada de saber, com tantos e tantos textos repetitivos. Quando fico em silêncio ao seu lado, estou dizendo que te amo em pensamento, quando te abraço navego em mares de planos que fiz e você está sempre neles, tudo o que sinto não é de brincadeira e não tenho vergonha de sentir. Pode ser tudo besteira, nem sei se um dia estarei contigo, mas enquanto viver, escreverei a você tudo que me pesa, que me alegra, que devora e me cega, mesmo você não ligando pra nada disso, estarei contigo em todos os caminhos e se do teu lado, bem contente, aos pouquinhos você entrou, confesso que até me assustei e de repente tem sido essencial, que nos apavorou e nos fez pensar que nada daquilo existia mais, no fundo, sabemos que existe.